CULTURA

KASSEMBA SLAM… UM CONCURSO QUE SE ESPERA

Por: JÚLIA MBUMBA

Kassemba Slam foi o evento de abertura do Centro Cultural Kassemba Terra Preta, aquando da sua criação em 2019.
“O pretexto perfeito foi a ideia de realizarmos um slam , daí surgiu essa plataforma que tem servido de amplificador das vozes dos artistas da palavra falada que de forma voluntária têm doado a sua poesia em nome de um bem maior traduzido no ideal da frase “transformamos as nossas palavras em acções…”, assumiu o mentor dos projectos, António Paciência.

Nos dias 28, 29 e 30 do corrente mês, na sua edição número 10, o evento realizado nesse espaço de cultura com o objectivo principal de levar o Spoken Word para a periferia vem uma vez mais empoderar e emancipar as pessoas daquela comunidade, como previu desde o seu início.

De lá para cá, a referência é que o concurso vem crescendo muito do ponto de vista organizacional, pois, a medida que o centro cultural Kassemba Terra Preta desenvolve, todos os ganhos do centro acabam por se reflectir neste, que é o verdadeiro chamarim da casa, como nos confidencializou António Paciência, rematando que “assim de forma bem pontual salta-nos a vista os recursos técnicos como o sistema de som, a consolidação do formato do evento, o crescente número de parceiros como livrarias, editoras e bibliotecas, o resultado positivo do incentivo de outros slams em zonas periféricas como Slam10 e o Slam Contra’Ignorância…e hoje o patrocínio da empresa Manuel Rosa Business Corporation que está direccionado a premiação do concurso.”

Ainda assim, à Paciência incomoda a ideia de estar na posição de quem espera, por esse motivo considera que sempre faz acontecer as coisas com os recursos disponíveis, pois entende que “a necessidade de matar a fome do acesso a arte é tão real quanto a fome da comida aos nossos estômagos e isso é um direito humano que quando retirado, desestabiliza o equilíbrio espiritual dos seres humanos.”
Os prémios dados nesse concurso, são um incentivo em demostração do respeito e valorização pelo tempo tomado do poeta enquanto artista profissional.

Nesta edição, fruto da parceria com a empresa Manuel Rosa Business Corporation, o concurso galardoará o primeiro classificado com os prémios de 100$+100€+100.000Kz e livros, o segundo classificado terá direito a 50€+50$ e livros, e para o terceiro classificado o prémio será de 50$ e livros.
Os poetas estarão também a concorrer pela categoria Euclides Sabino, que é relactivo ao poema que melhor abordar questões ligadas a África, um prémio que será cortesia da Casa de Cultura e Arte Ubuntu, e que está no valor de 50.000kz.

“Na verdade estamos na décima edição, a principal mudança está no formato alterado especialmente só para esta edição”, conta Paciência.

Geralmente o concurso leva à disputa 18 concorrentes que são apurados num casting, passando por eliminatórias de seis concorrentes durante três dias e no quarto dia encontram-se os dois finalistas que passam para a grande final em Dezembro.

Estará também em evidência um recital com 30 nomes sonantes da nossa poesia, e um espectáculo de música.

Toda a festa vai girar em torno da homenagem que o Centro Cultural Kassemba Preta, no seu concurso líder da casa, fará ao poeta Sábio Louco em memória do seu passamento físico.

“A meta é chegar ao maior número de pessoas possíveis com o nosso evento e que os debates e acções promovidas durante o evento se reflictam como uma melhoria na vida das pessoas da nossa comunidade tanto do ponto de vista material, intelectual e espiritual”, confidencia António Paciência.

O maestro continua a apelar que “todos os apoios são bem-vindos, o princípio continua sendo o mesmo até os dias de hoje “Juntos somos mais fortes” – essa é a frase de ordem… Precisamos ainda de apoio.”

Geralmente os apoios para esse concurso vem de entidades singulares que se identificam com a causa, para além das empresas Executivos, WB Record e o Colégio Ninho Das Cotovias, a Manuel Rosa Business Corporation é a quarta empresa a apoiar o Kassemba Slam.

“O nosso Slam está muito associado ao associativismo cultural, por intermédio dele edificamos uma biblioteca, começamos uma campanha de educação visual com pintura de murais com mensagens ecológicas dentro da nossa comunidade, programa de arborização da nossa comunidade onde recebemos oitenta e duas árvores”, conta entusiasmado o mentor, dizendo que tudo isso foi possível graças ao facto dos poetas doarem as suas palavras para que o evento se concretize por isso o uso do lema “transformar as nossas palavras em acções”.

O acesso ao evento é apartir da doação de um ou mais livros, para a biblioteca do Centro Cultural Kassemba Terra Preta.

Partilhar:

Deixar um Comentário

Your email address will not be published.

You may also like

Mais Artigos